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“ABRACE TODOS OS CORPOS”

Na semana passada, fui para o Rio de Janeiro e fiquei hospedada no Recreio dos Bandeirantes, uma praia que fica depois da Barra da Tijuca e antes do famoso Pontal que Tim Maia imortalizou. Ali naquela ponta da praia, vem gente de todos os lugares do Rio e principalmente de bairros mais distantes onde o ônibus faz seu ponto final. Fui à praia um dia e fiquei ali aproveitando um fim de tarde lindo com o meu maiô novíssimo e observando as curvas femininas que desfilavam sem cerimônia pela areia.

Eram mulheres absolutamente corajosas em seus minúsculos biquínis que quase não cabiam em seus corpos mais avantajados. Elas não estavam nem aí, estavam felizes, se sentindo lindas e isso era notável. Me invadiu um sentimento de cumplicidade, de orgulho feminino, por elas não se renderem a ditadura da beleza magra imposta todos os dias através das propagandas, que mesmo mostrando um redutor de gordura, coloca uma modelo magra pressionando a coxa e tentando mostrar que ela está precisando daquele produto ou uma magérrima que estufa o abdome tentando entrar em uma calça jeans, sem conseguir e logo em seguida aparece entrando na tal calça jeans super apertada sem barriguinha nenhuma. E assim vamos acreditando que o nosso corpo é feio, precisa de reparos o tempo todo, e assim vamos nos gostando menos e a nossa autoestima vai parar sei lá onde. E ficam todas enlouquecidas para ter o corpo da moça da cerveja, da atriz que aparece linda na novela, da apresentadora que indica seus produtos no merchandising do programa. Mas a real é que como na vida, as novelas precisam das atrizes com seus corpinhos mais avantajados, precisam da apresentadora gordinha que ensina a fazer doce na TV e é linda e criativa e assim ser gordinha é o de menos.

Quando a mulher se ama, nada disso importa tudo nela é maravilhoso, ela vai buscar a sua beleza e não precisa vir da indústria da beleza, o padrão de como ela tem que ser. Existem sim algumas frases de efeito em comerciais de beleza que beira a cara de pau. Mas como nas novelas, a vida segue com suas histórias.

Por isso me chamou a atenção nas redes sociais um vídeo que mostra parte de um documentário feito por uma Australiana que viajou para vários lugares falando com mulheres sobre exatamente o que elas sentem sobre seus corpos, como elas se veem como elas se sentem diante dessa imposição. O que vale a pena? O que é mais importante? Porque tanta gente odeia o seu corpo? O resultado da sua jornada é surpreendente e inspirador. Assistam aqui:  //www.facebook.com/veganaeasuamae/videos/1866348056914122

Pensem em quantas mulheres estão na televisão e fazem sucesso pela sua arte e até imprimem muita sensualidade em suas personagens mesmo sendo “gordinhas”. Isso se deve ao fato de se amarem, de estarem acima de padrões estabelecidos como: ser magra = a ser sensual, ser magra = a ser bonita. Nada disso, o que importa é todos os dias você se olhar no espelho e se abraçar, abraçar seu corpo saudável e cheio de energia.

Se amar é o primeiro passo para amar o outro. Se inspire nesse documentário e seja A Mais Influente Mulher para outras Mulheres.

“O seu corpo não é um ornamento… é um veículo”.