A vida real do intérprete de Helvio em “Deus Salve o Rei”.
Fotos: Igor Goulart
Claudio Garcia tem participações em “Liberdade Liberdade”, “Justiça”, “Filhos da Pátria” e “Os Dias Eram Assim”. Mas seu trabalho vai além das telinhas. Formado em Artes Cênicas, passou a dar aulas de teatro em 1999. Anos depois, resolveu criar um projeto para aproximar os alunos do cinema, que rendeu ótimos frutos. Atualmente, ele está em novela das sete da Globo. Em entrevista exclusiva, o ator falou sobre as profissões, além dos projetos que sairão ao longo deste ano.
Como surgiu o interesse nas artes cênicas? Ainda adolescente, participei de uma peça na escola e além de ter gostado da experiência, alguns amigos e professores falaram que eu levava jeito e que deveria procurar um curso de teatro. No ano seguinte, descobri que tinha um curso de teatro no clube que eu frequentava e acabei convencendo minha mãe a me matricular. De lá comecei a procurar outros cursos, e não parei mais.
O convite para “Deus Salve o Rei” foi feito pela da produção da novela. Como você se preparou? Na verdade, foi tudo muito rápido, fui convidado já com as gravações em andamento, não participei da preparação com o restante do elenco e a cada semana, com a chegada de novos capítulos e vou conhecendo melhor o Helvio.
Inicialmente, Helvio faria rápida participação na trama, mas foi ganhando espaço. O que podemos esperar dos próximos capítulos? Quando comecei a gravar só sabia que Helvio era um mestre de obras da mina de Montemor. Depois começaram a chegar novos capítulos onde ele se envolvia com a Matilda e passei a ter cenas na Taverna e pelas ruas de Montemor. E esse encontro acaba gerando cenas divertidas, pois parece que ao lado de Matilda, Helvio sempre corre risco de morte. Nos próximos capítulos Ele vai ser ver aos voltas com uma cobra na Taverna. A cada bloco de capítulos eu fico tenso por causa dessa maldição da viúva-negra.
É difícil conciliar a carreira de ator com a de professor? Por enquanto, tenho conseguido conciliar bem. Porque não dou aula todos os dias da semana. Pra “Deus Salve o Rei”, foi ainda melhor, por ter pego dezembro e janeiro, período de férias escolares. E como minhas aulas são oficinas que acontecem no contra turno, quando coincide de ter gravação em dia de oficina, eu consigo trocar o dia na escola e não deixo de dar a aula.
Fale um pouco sobre o seu projeto de audiovisual. Como surgiu a ideia? Comecei a dar aulas de teatro nas escolas e a gente sempre esbarrava na falta de espaço adequado para as apresentações. Em 2002, peguei uma câmera emprestada com um primo e levei pra escola. Foram criados alguns vídeos e vi que eles curtiram bastante e depois conseguimos exibir em cada turma da escola. Nos anos seguintes a coisa foi evoluindo, comecei a trabalhar em mais uma escola e em 2008 consegui transformar num projeto de aulas no sistema de oficinas, só para alunos que se inscrevessem. Hoje, já são mais de 120 curtas produzidos, mais de 20 prêmios em festivais.
Qual a importância que você dá para educação alinhada à arte? Como arte-educador, acredito que o contato com a arte é fundamental na vida do aluno, ajudando-o na formação de sua identidade, propiciando novas vivências, novas formas de pensar o mundo e de se expressar. Em minhas aulas, o objetivo principal é dar voz a esses jovens.
Quais são os artistas que te inspiram? São muitos e das mais diversas artes. Mas na área da atuação é impossível não citar a Fernanda Montenegro.
O que você carrega de experiência dos trabalhos como ator e como professor? Como professor, aprendo todos os dias. São muitas vivências, histórias, dramas… e isso é fundamental pro meu crescimento pessoal e pro trabalho de ator. Já o lado ator também me ajuda a ver as coisas por outros pontos de vista. Tudo é aprendizado.
Olhando para os frutos do seu trabalho, o que mais te orgulha? Sem dúvida, tenho muito orgulho das descobertas que proporciono aos meu alunos. Como dou aulas de audiovisual, muitos nunca teriam esta oportunidade de brincar de ser cineasta, de ser ator, roteirista… Hoje ver ex-alunos na faculdade de artes cênicas, trabalhando em produtoras de vídeo, atuando na TV, revela que minhas aulas foram fundamentais pra que eles traçassem seus futuros.
Em relação a estilo, qual o seu? Meu estilo é casual. Gosto de estar mais despojado: jeans, bermuda, blusa de malha, polo… Jamais me veria trabalhando de terno e gravata. A não ser nos personagens. Mas tem ocasiões específicas que pedem uma roupa mais arrumada eu até gosto.
E hobbies, o que curte fazer para relaxar? Eu curto estar em contato com música, arranho um violão, engano na bateria… Jogo videogame com meus filhos. Mas adoro reunir os amigos pra cozinhar! Já fiz curso de pizzaiolo, de culinária japonesa…
Quais os próximos projetos pessoais e profissionais? Como professor, o ano tá só começando e pretendo produzir muitos filmes com meus alunos. Está pra sair o livro “Roteiro de Vídeo Estudantil na Prática”, que escrevi com meu amigo Josias Pereira. No segundo semestre, estreia o filme “Jovens Polacas” que participei. E gostaria muito de emplacar um novo trabalho na TV, depois de “Deus Salve o Rei”. Na vida pessoal continuar tendo tempo pra ficar com a família!
Ping-pong
• Nome: Claudio Ferreira Garcia
• Idade: 45
• Local de nascimento: Rio de Janeiro
• Altura: 1,81
• Apelido: Claudinho
• Qual é sua maior qualidade? Sou comprometido com o que faço.
• E seu maior defeito? Sou explosivo.
• O que você mais aprecia em seus amigos? A cumplicidade.
• Sua atividade favorita é: Trabalhar.
• Qual é sua ideia de felicidade? Era ter uma família como a minha.
• Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Um Claudio melhorado.
• E onde gostaria de viver? Num país sem os nossos governantes.
• Qual é sua viagem preferida? Patagônia Argentina.
• Qual é sua cor favorita? Preto.
• E qual é sua comida favorita? Amo camarão! De qualquer jeito.
• Um animal: Chimpanzé
• Quais são seus atores preferidos? Othon Bastos e, da minha geração, Alexandre Nero
• E seus cantores? Beatles e Paulinho Moska
• O que você mais detesta? Corrupção
• Que dom você gostaria de possuir? Cantar
• Uma mania: Assistir série
• Um sonho de consumo não realizado: não tenho
• Uma lembrança de infância: Os amigos do Clube Sírio e Libanês do RJ.
• O que o irrita? Trânsito.
• O que ou quem é o maior amor de sua vida? Minha mulher Lígia.
• O que você considera a sua maior conquista? Ser ator, tem que matar um leão por dia.
• Qual é o seu maior tesouro? Meus filhos Rodrigo e Alice
• Defina-se em uma palavra: Alegria