POR JULIANA MORAES
Como começou na carreira musical? O que o motivou? Eu demorei um tempo pra começar, porque na verdade eu não queria trabalhar no mundo artístico, eu achei que poderia trabalhar com outras coisas sem que fosse nessa área. Eu sempre estive envolvido com a música, sempre fui músico, toco bateria, mas eu tentei várias outras coisas, na área de comércio, importação e exportação. Só que teve um dia que eu montei uma gravadora que tem um produto musical muito bacana que eu adorei fazer e por causa disso eu acabei trabalhando em rádio. Eu fui fazer uma divulgação desse trabalho e recebi um convite pra trabalhar em rádio. E foi com esse trabalho que eu me inseri no mundo artístico, que faz uns 20 anos. Isso me abriu uma porta pra um mundo que eu renegava de certa forma. Eu sempre fui meio surfista, bem discreto, então eu sempre quis fugir disso, mas aí eu vi que eu poderia trabalhar na área musical e foi muito bacana.
Teve apoio da família? Tive bastante apoio sim. Na verdade, eu sempre tive apoio da minha família em tudo. Meu pai nunca me forçou a nada, mas profissionalmente falando, em tudo que eu fiz, acho que ele sempre colocou muita fé nas coisas e apoio deles sempre foi muito importante.
Já pensou em seguir outra carreira? Se sim, qual? Não, eu nunca pensei em fazer outras coisas dentro do que eu já faço, porque eu sou palestrante, trabalhei em rádio, já apresentei um programa de TV que foi muito bacana. Dentro desse mundo eu já pensei em algumas variáveis, mas eu estou muito satisfeito com o que eu faço hoje, eu gosto muito.
Quais os principais desafios que você enfrenta na carreira? A gente tem que se esforçar muito, não adianta. Ser filho do Roberto Carlos é uma coisa que ajuda muito, te abre portas, mas é a qualidade do teu trabalho que vai te deixar ali dentro, quando alguém gosta do meu trabalho não é porque sou filho do Roberto Carlos, e sim porque meu trabalho tem qualidade e porque eu atingi de certa forma as pessoas de uma maneira mais efetiva, então eu tenho as dificuldades que todo mundo tem. Ser filho do Roberto Carlos ajuda, mas não resolve.
O que mais te inspira na profissão? Meu pai é uma fonte de inspiração pra mim. Profissionalmente, quando eu vejo meu pai trabalhando, a forma como ele lida com as coisas, como ele se inspira. Ele não desiste do que ele pensa e a qualidade que ele coloca no trabalho dele, pra mim, é uma fonte de inspiração. Não adianta você ter só uma boa ideia ou uma boa música, existe todo um acabamento depois que dá um muito trabalho.
Você faz muitas ações sociais. Qual a importância dessas ações na sua vida? Eu cresci com o meu pai fazendo ações sociais. Ele já fazia isso na jovem guarda, antes de eu nascer, conheceu minha mãe porque ela trabalhava de voluntária no orfanato São Judas Tadeu, e ela foi pedir um show para as crianças do orfanato, então eu posso dizer que eu nasci deu uma ação social, com essa benemerência. Então, isso pra mim é muito natural, porque eu sei a responsabilidade que isso tem e como deve ser feito, e todo cidadão deveria agir dessa forma, tendo essa responsabilidade social. Ultimamente eu venho refletindo que a gente tem a mania de pensar que os atos de benemerência não devem ser propagandeados, e eu reflito se não deve ser ao contrário, independente se a pessoa vai ou não usar aquilo para o marketing pessoal, mas o exemplo é muito forte. Então fazer ações sociais, pra mim, sempre foi muito normal e eu acho que todas as pessoas deveriam usar um pouco do seu tempo pra fazer também.
Você apresentou um programa de rádio chamado “As canções que você fez para mim”. De onde surgiu a ideia de criar esse programa? Sempre gostou de rádio? Eu sempre gostei de rádio. Na verdade, esse programa aconteceu porque eu fui convidado pra dar uma entrevista em uma rádio e o dono da rádio me convidou depois para apresentar o programa e isso acabou entrando na minha vida e eu fiquei muito feliz. Eu já estava começando a trabalhar com música, mas como dono de gravadora e eu acabei aceitando ir pra trás do microfone e eu foi ali que eu percebi que via que dava pra trabalhar com isso. E eu sou tímido (risos), mas tudo aconteceu mais ou menos por aí.
Como é fazer parte da banda RC na Veia e passar pra música a inclusão de pessoas com deficiência? É aquela tal história, a inclusão da pessoa com deficiência é um exercício constante. Eu tenho 50 anos e a gente vem se mostrando mais agora, porque antes nós nos escondíamos. A educação inclusiva é importantíssima, nas escolas regulares mesmo, não só em escolas especiais para pessoas com deficiência. A educação inclusiva é uma das ações mais bacanas e mais efetivas para essas pessoas, porque hoje em dia as crianças convivem com isso com uma normalidade e ela veem que isso não é uma incapacidade. Eu tocar bateria na banda sendo deficiente visual, já mostra que todo mundo é capaz também, é uma ação efetiva. A ideia do RC na Veia surgiu de uma palestra que eu faço chamada “É Preciso Saber Viver” e a gente encerra tocando, e eu mostro um instrumento que normalmente não se ve um deficiente visual tocando.
Você participou do Especial de Natal ao lado do seu pai pela primeira vez. Como foi essa experiência? Demais, você não vai nem poder escrever o que eu queria falar (risos). Foi muito nervoso profissionalmente, emocionalmente, porque ali estava o Roberto Carlos cantor e o Roberto Carlos meu pai, então foi um conflito de emoções particulares, mas foi muito bacana poder estar com o cantor e com o meu pai, porque ele não deixa de ser meu pai nunca. Pra falar a verdade eu ainda não achei uma palavra pra definir como foi. Foi um momento muito especial da minha vida gravar esse especial de Natal.
Quais são os seus planos para o futuro? Eu sou um cara bem família, pretendo criar minha pequenininha Laurinha, que é a minha filhinha, minha paixão de três anos e eu pretendo ficar muito com ela.
Como é ser filho do Rei Roberto Carlos? É muito bom ser o filho desse cara, como diz a música “Esse cara é ele” (risos). É aquela história, quando você é filho de uma pessoa tão conhecida, existe o ônus e o bônus de ser filho. O bônus a gente já sabe, agora o ônus é a responsabilidade de não decepcionar ele, que é uma pessoa tão íntegra. É uma responsabilidade grande, mas é bom demais!
PING PONG
Nome completo: Roberto Carlos Braga II
Idade: 50 anos
Signo: Sagitário
Uma qualidade: Gratidão
Um defeito: Não sei dizer “não”
Sua atividade favorita é: Ser corinthiano
Seu cantor favorito: Roberto Carlos, com certeza
Sua cantora favorita: Janes Joplin
Um animal: Cachorro
Uma lembrança de infância: Minha mãe
Quem ou o que é o amor da sua vida: Minha filha Laura
Defina-se em uma palavra: Cabeção (risos)