Daniel Haidar é um jovem ator de 19 anos que tem experiência e postura de alguém que já tem muita história para contar!
O rapaz, que é de São Luís (MA), mergulha na interpretação desde os nove.
Estudou quatro anos no Teatro “O Tablado”, com Cico Caseira, Ernesto Piccolo e Cacá Mourthé. Fez TV e Cinema na CAL. O ator cursou o Método Fátima Toledo. Fez teatro Musical no TeenBroadway e CEFTEM. E sua coaching particular é Ana Carter, formada na CAL, pós-graduada na Inglaterra.
Já passou pelas telonas, como em Intimidade Entre Estranhos, de José Alvarenga Jr, integrou o elenco dos sucessos “Romeu Julieta Ao Som de Marisa Monte” e “Ao Som de Raul Seixas: Merlin e Arthur”, como Rei Arthur jovem, com produção de elenco de Marcela Altberg.
Participou o na novela “Malhação – Viva a Diferença”, com direção geral de Paulo Silvestrini, ganhadora do Emmy e atualmente está no elenco do espetáculo “Isso Que É Amor”, sob a direção de Ulysses Cruz, com as músicas de Luan Santana, protagonizando o jovem e romântico Gabriel Lucas, um pop star que sonha encontrar o amor que inspire suas criações e sua vida, onde contracena com Verônica Goeldi, que interpreta Leona.
O musical é contato através da encenação de 25 músicas do Luan, entre elas Meteoro, Escreve aí, Chuva de Arroz, Vingança e Sinais, entre outras.
A entrevista está imperdível!
Daniel, você é um ator e cantor que se preparou muito através de cursos importantes, como o Método Fátima Toledo, o Cal… Tem só 19 anos e desde os 9 mergulha na atuação. Acredita que a sua atual geração também é preocupada com o especializar-se cada vez mais ou muitos ainda estão alienados a esta questão?
Sem
dúvida, a minha geração é muito estudiosa e antenada. Não só com os caminhos
que desejam seguir por profissão, mas com o mundo. Hoje é muito difícil ver um
jovem artista que não tenha ideias interessantes e opiniões consistentes sobre
o que acontece no mundo. Sou muito orgulhoso dos meus amigos e colegas da minha
idade. Estão-nos sendo confiadas responsabilidades enormes e estamos dando
conta do recado sempre mostrando nossa identidade. Além disso, vários de nós
estudamos artes desde cedo e isso é um ponto para nossos pais, que tem aceitado
e incentivado cada vez mais os sonhos da juventude. Uma grande barreira a menos
para esse caminho que já é tão longo e necessita de tanta reinvenção e luta
diária.
Você já fez novela, cinema… Ambos tem
as suas particularidades. Mas, considera algum mais desafiador?
O mais desafiador, para mim, é o teatro. Apesar de ser o veículo com o qual
mais tenho familiaridade, pisar no palco é sempre uma redescoberta. Apesar dos
ensaios, nunca podemos deixar a plateia pensar que aquilo não está acontecendo
na hora, com emoções sinceras e inesperadas. Não podemos nos dar o luxo de
pré-calcular nossos sentimentos, não fazemos isso na vida e, se o fizermos no
palco, distanciamos nosso público. Precisamos trazer sempre o novo e o fresco
para nossos parceiros de cena e, principalmente, para o público.
Claro que, para o audiovisual, é imprescindível a virtude da sutileza, que
necessita muita familiaridade com a forma de se fazer tv/cinema, mas há uma
equipe com você, para te ajudar e tentar trazer o melhor resultado possível. No
teatro, depois da abertura das cortinas, só há você, seus parceiros de cena e
uma bola no ar que não pode cair.
Como encara os seus laboratórios para os
personagens?
É quase um saltar de paraquedas. Se preparar para viver, com suas experiências
e seu corpo, outro ser humano, e todas as suas angústias, alegrias e
contradições. É sempre um momento de muita leitura, muita pesquisa, vejo e
revejo diversos filmes e sempre tento achar algum personagem análogo nos
autores clássicos. Dificilmente não há.
Fora meus encontros com minha coaching Ana Carter, que me acompanha desde meus
15 anos, e me mantém sempre preparado para ir me divertir nos ensaios.
No caso do Isso Que É Amor, que é um musical, minha professora de canto Amélia
Gumes é outra guru que não dispenso por nada. Nossas aulas sempre me fazem
crescer muito, para além do espetáculo que estou ensaiando.
E para fechar meu trio de mestras, Fabi Tolentino que vira e mexe me salva
quando a chamo. Amo ser auxiliado artisticamente por mulheres e,
principalmente, por essas mulheres. Rainhas. Impecáveis em seus exercícios. Sou
um sortudo!
Teve algum que julgou diferente, por
exemplo?
O do Isso Que É Amor. Além de toda essa pesquisa, houve muita experimentação na
sala de ensaio, sempre com muitas provocações do Ulysses buscando um novo olhar
e a fuga dos estereótipos, de todos os jeitos. Foi muito exaustivo. Quando não
estava na sala de ensaio, estava lendo ou assistindo algo para inspirar o
nascimento do Gabriel.
Ainda falando de preparação, como foi a
de Isso Que É Amor?
No Isso Que É Amor, tivemos duas semanas de laboratório, exclusivamente voltada
para a pesquisa dos personagens, tanto vocal quanto teatralmente. Nossos
diretores Leonardo Bertholini e Guilherme Terra (diretor musical) nos
conduziram com diversos exercícios para auxiliar essa busca que perpassou os
três meses de ensaio.
No espetáculo, as músicas são de Luan
Santana, em geral, composições que envolvem o amor. Como, para você, é cantar
ESTE SENTIMENTO? Considera-se romântico?
Ser romântico é quase meu sobrenome. O amor é o que nos move. Cantar sobre o
amor é nunca ficar ultrapassado. Principalmente se conseguirmos perceber a
grandiosidade das coisas simples, como Luan faz tão bem e, versando sobre o
aroma da pessoa amada, como em “Tudo O Que Você Quiser”, por exemplo, cria um
hino para tantos brasileiros.
Fora que é este sentimento que tem me levado a escrever minhas músicas também.
Ainda não consegui escrever alguma que não tratasse dele.
“O Luan
participou muito ativamente da divulgação do musical desde o início. Além
disso, desde que nos encontramos a primeira vez, ele sempre quer saber sobre
tudo do projeto e se mostra tão feliz e realizado quanto nós”.
Acredito que muitas fãs do Luan Santana
vai assistir o espetáculo. Como sente o carinho delas? Ainda que a peça não
seja sobre ele, e sim, uma homenagem, como elas conseguem fazer uma
“leitura” diferente disso?
É um carinho tão sincero que emociona. Elas são sempre implacáveis nas peças e
nos acompanham muito nas redes sociais.
A peça é uma grande homenagem ao Luan, mas elas se envolveram muito mais pela
história e pela ressignificação das músicas que tanto amam. O enredo de amor
que conduz a apresentação das músicas faz com que admirem o espetáculo também
de forma genuína.

Daniel Haidar e Verônica Goeldi em foto que divulga o musical que homenageia o cantor Luan Santana (Crédito: Victor Hugo Cecatto/Divulgação)
Como foi a primeira vez que se apresentou com esta peça? Frio na barriga? As
suas expectativas foram superadas?
O frio na barriga retorna em toda sessão. Ainda mais aqui no Rio, onde tenho
família e um círculo de amizades muito grande. As expectativas são superadas a
cada sessão porque, afinal, não é fácil manter uma temporada de mais de seis
meses, rodando por diversos estados do Brasil, com um musical original, além de
romper a barreira que algumas pessoas possam ter com a música do Luan, muitas
vezes por falta de conhecimento inclusive.
Fora que é muito gratificante e animador escutar a quantidade de pessoas que
dizem ter sua primeira experiência no teatro com o Isso Que É Amor e se mostram
encantadas com esses universo infinito e único que podemos ser testemunhas ao
sentar numa plateia.
Você tem algum contato com o Luan? De
alguma forma, ele participou deste processo?
O Luan participou muito ativamente da divulgação do musical desde o início.
Além disso, desde que nos encontramos a primeira vez, ele sempre quer saber
sobre tudo do projeto e se mostra tão feliz e realizado quanto nós. Sem dúvida,
uma das minhas maiores inspirações para o Gabriel Lucas é simplicidade com que
o Luan lida com toda sua estrutura estratosférica de show e produção, se
mostrando sempre um cara completamente centrado e humano.
Você se considera um cara vaidoso? Tem
algum cuidado de beleza que queira dividir com o público da Mais Mais Mais?
Vaidoso não, mas cuidadoso. Procuro sempre cuidar, principalmente, da pele
porque, além de ser nosso cartão de visitas, é a nossa parte mais exposta. Fora
isso, sempre tento sair arrumadinho porque vai que algum “fã do Gabriel Lucas”
está por aí, e me encontra na porta do meu prédio (como já aconteceu).
Está namorando?
Sim. E, depois de conhecê-la, pude até entender melhor a inspiração do Gabriel
Lucas quando sonha com a Leona para fazer seu novo álbum, porque escrevi várias
músicas para essa menina-mulher. Meu primeiro ep vai ser todo sobre ela. Me
sinto mais feliz do que nunca.
Qual é a sua maior inspiração dentro da
dramaturgia?
Minha lista de inspirações é gigantesca, mas sempre gosto de ressaltar o
Benedict Cumberbatch, Tatiana Maslany e o Saulo Segreto.
Benedict me ganhou em sua atuação como Sherlock e depois nunca mais perdi uma
aparição.
Tatiana é inacreditável em seu trabalho na série Orphan Black, que assisto semanalmente
para me inspirar com essa mulher.
E Saulo é meu amigo pessoal e o maior ator que pude ver trabalhar de perto.
Está agora no ar com “Amor de Mãe”, na rede Globo, e tenho certeza que só vai
crescer.
Quais são os seus planos para este ano?
Lançar meu ep e conseguir um espaço nas telinhas ou nas telonas. Além disso,
fui convidado para alguns trabalhos com musicais em SP, que sempre mexem com
meu coração. Mas nunca consigo calcular de forma precisa um ano. Vamos ver que
bons ventos sopram sobre todos nós em 2020.