E com a retomada parcial das atividades na nossa Cidade, boas práticas de vários cariocas merecem destaque por sua atuação em momentos de pandemia, em prol do coletivo.
Esse é o caso de Rommel Cardoso, dono do tradicional Bar do Oswaldo, onde senão todos, mas quase todos os cariocas já passaram para experimentar a tradicional batida.
Ele foi e é incansável em ajudar os mais necessitados. Em tempos de pandemia promoveu lives em seu bar, com transmissão pelo Youtube, voltadas à arrecadação de cestas básicas, que ele mesmo distribuiu aos mais necessitados. Ele também foi responsável por incentivar fiscalização de inaugurações de hospitais de campanha, tendo inclusive conseguido atendimentos anteriores a essas inaugurações, para quem necessitava, em hospitais públicos de referência na Capital carioca. Foi incansável e merece o nosso reconhecimento.
Outro carioca empreendedor do ramo de lavanderias, Alexandre Zibenberg, foi o responsável, junto com mais alguns voluntários por arrecadar e abastecer de cestas básicas as comunidades de Curumau, Malvinas e Invasão, foram mais de 1000 cestas, no momento mais crítico da pandemia. Junto com sua comunidade religiosa eles arrecadaram suprimentos para dar conforto aos menos favorecidos . Este cidadão também foi o responsável por fiscalizar contas dos hospitais de campanha do estado e encaminhar a denúncia de superfaturamento ao Dep Anderson Moraes.
“A população tem que ter acesso a tratamento nesse momento de Pandemia” essa fala era o que o movia Alexandre, nesse momento delicado da cidade do Rio de Janeiro.
A distribuição das cestas
Música e solidariedade
A Banda Suricato junto com a Granado Pharmacias e o App Sound Club Live promoveram uma live que contou com a abertura do musico Yuri Corbal.
O intuito da live realizada foi reverter 100% do valor das doações em cestas básicas para moradores de comunidades pelo Instituto PHI do Movimento União Rio.
Essas doações, foram realizadas por meio de aplicativo de forma simples e segura, a partir de 10 reais.
25 anos de muita dedicação
O padre Marcelo Araujo, pároco da Igreja Santa Rosa de Lima, na Barra da Tijuca, irá completar este mês 25 anos do seu sacerdócio.
Foi no mês de junho de 1995, que se tornou pároco e, de lá para cá, prestes a comemorar o Jubileu de Prata Sacerdotal, sabe de toda devoção de seus fiéis, de toda sua contribuição para a comunidade e do quanto é querido por todos.
Segue relato do pároco, que emocionou a todos nas redes sociais, e vem apenas comprovar que sua devoção e êxito são dons divinos, e nos faz entender como o pároco, que também é policial militar, tem além desse dom, equilíbrio e bondade como nortes em sua vida.
“Conseguirei fazer uma retrospectiva desses anos? Não de todos os momentos, até porque seria impossível. Mas lembrarei de muitas pessoas que foram e continuam sendo responsáveis por meu ministério. Desde a primeira paróquia que assumi, 15 dias após a Missa de Ordenação, até a atual, na Barra da Tijuca. Após anos de formação no Seminário Arquidiocesano São José, no Rio Comprido, onde concluí os cursos de Filosofia e Teologia, a celebração da ordenação sacerdotal marcou profundamente a minha existência humana.
Ainda posso lembrar dos momentos de dúvidas e dos receios que trazia no coração, de deixar o meu trabalho, minha pastoral, vida social, amigos e, principalmente, a família para ingressar por longos anos num processo de formação. Meu Deus, como o Senhor foi paciente e misericordioso comigo. Foram seis anos de internato. No ano de 1989, pensei: “Será que conseguirei chegar em 1995?”, parecia tão distante!!! E foi!!! Muitas pessoas que não conheciam as minhas lutas disseram ‘passou rápido’, ledo engano, quando se está numa casa de formação, o que mais se deseja é o dia da ordenação. Não poderia ser diferente, não é mesmo?
Ah, façam o favor e não venham com frases prontas dizendo o contrário. O tempo no seminário é necessário, é bom, é importante, mas minha vocação não era para ser seminarista, mas para o sacerdócio ministerial. No entanto, sinto saudade da minha turma, dos grupos de vivência, dos estudos, das orações em comum; gente, a minha turma estudou latim por cinco anos com a professora Mary. Como esquecer a Catarina? Pessoa responsável pela lavanderia, o número que recebi dela para marcar as minhas roupas foi o 36. Incrivelmente, ela sabia o número de todos os seminaristas. Ao oferecer o 36 ela disse: ‘O último que usou esse número foi ordenado padre’. Acho que ela queria me dar alguma motivação. Outros funcionários como o Maurício, Barradas, Célia (secretária da faculdade) etc. Naquela época, o Propedêutico ainda era uma experiência de um mês (é pra glorificar de pé, irmãos). As convivências na Fazenda das Arcas, em Itaipava, os muitos professores que tive. Muitas lembranças. Muitas pessoas que contribuíram para a minha formação.
É verdade que no início dessa história muitas pessoas duvidaram da minha vocação. Muitas vezes recebi ‘um balde de água fria’; depois de compartilhar com pessoas importantes para mim o meu desejo de ser padre, elas riram e não acreditaram na seriedade da minha vocação (da minha escolha). Mesmo triste, decidi seguir em frente. Afinal, não dependia delas, mas sobretudo da Graça de Deus e da minha persistência contra a opinião de muitas pessoas e das realidades duras e difíceis que enfrentei, além do trabalho que perdi por causa da vocação. Longe de mim fazer um relato de um dramalhão mexicano. Para falar a verdade perdi coisa nenhuma. Ganhei. E ganhei muito. Depois eu te conto…
A única pessoa que sempre esteve ao meu lado nessa caminhada foi mamãe. A matriarca foi muito presente.
Após uma longa conversa com o meu pároco, padre José Carlos Guimarães (falecido), e orientado por ele, procurei o GVA – Grupo de Vocação Adulta, no mesmo seminário. Fui muito bem recebido e nesse grupo discerni minha vocação. Finalmente, após meses participando do GVA fui escolhido, para minha surpresa, para morar na Antiga Sé, sob os cuidados do padre Bruno Gayão, lá encontrei outros vocacionados que eram chamados de seminaristas. Fiquei muito triste e angustiado pela decisão dos formadores, mas aceitei e procurei ver nisso tudo a providência divina. Deus age nos momentos mais difíceis e estranhos da nossa vida. Obrigado, meu Deus, por sustentar a minha vocação.
Dá pra imaginar? Não. Vocês não podem imaginar. Tive que me despedir dos meus colegas que ingressaram no seminário, para morar por seis LONGOS meses na Antiga Catedral. Logo percebi que não seria fácil. E, de fato, não foi. Com uma rotina pesada, distante da faculdade, acordava diariamente muito, muito, muito cedo para rezar Laudes, tomar o café da manhã, pegar o ônibus para o Rio Comprido, para me apresentar em sala para a primeira aula às 7h25 e terminava às 12h55, não me perguntem o motivo da hora ‘quebrada’. Existem coisas que ninguém consegue explicar. A antiga Catedral fica na Rua Primeiro de Março, no Centro. E tem como padroeira Nossa Senhora do Carmo, igreja linda, antiga e histórica. Pois é, existiu ali um seminário. Meu irmão me levou para a nova casa. Ao entrar no quarto, sentei na cama e comecei a chorar. Era um espaço 2x2m, com uma cama, um bureau, uma estante velha, e uma pia (lavabo). O teto era comum para os demais cubículos. Sim, não seria fácil. Logo pensei se tinha feito a escolha certa e se Jesus tinha acertado na escolha. Só o tempo para responder, não é mesmo? Na realidade, faltava humildade no meu coração para aceitar toda a situação. Não permaneci triste. Lembrei de tantas pessoas que passam por extremas necessidades, nos missionários, nos abandonados etc.
A maresia invadia todo o espaço da casa e da igreja. Para dormir era complicado. A madrugada do Centro do Rio é barulhenta demais, a proximidade com a Praça XV incomodava. Mas, morar no Centro tinha seu charme, foi o que me disseram. Pena que nunca descobri. O pároco responsável pela igreja e pelo grupo de seminaristas era legal, comprometido e sério. Soube conduzir mais um grupo para o seminário. Naquela época isso era normal. Algumas vezes me perguntava se o local era um ‘refúgio peccatoribus’, entendedores, entenderão. Melhor deixar quieto. Participava da Santa Missa diariamente na Igreja Nossa Senhora do Parto, ainda sob os cuidados pastorais dos Jesuítas. E no dia seguinte tudo recomeçava. Foi importante naquele momento da minha vida o crescimento espiritual e o amadurecimento da vocação. Em tempos difíceis me habituei a pensar no futuro, ou seja, na vitória. Tornei-me um otimista diante das situações complicadas da vida. E pensar no futuro trazia ânimo e coragem ao coração. Isso também me fez perseverar. No final de 1989 fui convidado a ingressar, finalmente, no Seminário São José, para cursar o segundo ano de Filosofia. A expectativa cresceu muito dentro de mim. Era o que eu queria. E, em fevereiro de 1990, ao ingressar no seminário, não tive mais dúvidas da minha vocação: ser padre. O que se tornou o primeiro objetivo da minha vida. Já alcançado”. Continua.
Padre Marcelo Araujo em algumas passagens dos seus 25 anos de sacerdócio
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