A maturidade e discrição do ator
Fotos: Sérgio Santoian
Com postura e olhos azuis que chamam atenção, Raphael Sander fez sucesso como modelo e já viajou pelo mundo. Na televisão, estreou interpretando o modelo Leo em “Verdades Secretas”. Já fez teatro e atualmente está em “Apocalipse”, com um personagem bem diferente da realidade em que vive. Confira entrevista exclusiva sobre os trabalhos realizados e gostos pessoais do ator.
Seu papel de maior destaque na TV foi em “Verdades Secretas”, um fenômeno lembrado até hoje. Como foi participar da trama? Foi maravilhoso. Um trabalho muito refinado, onde tive a oportunidade de trabalhar com pessoas incríveis que me ensinaram muito. Foi meu primeiro trabalho profissional. Fiz com muita garra e vontade. Fará parte da minha memória para sempre assim como da memória do público brasileiro. Ganhamos o Emmy Internacional em 2016, na categoria melhor novela, com “Verdades Secretas”. Foi a realização de um sonho com certeza. Comecei com o pé direito.
Ainda na trama, você protagonizou algumas cenas quentes com direito a nudez, como lidou com isso? A equipe me acolheu de uma maneira especial. Por isso, fiquei confortável em fazer as cenas. Ensaiei e me preparei bastante para essas cenas. Foi tranquilo.
Além disso, um dos destaques na sua carreira foi a participação no quadro “Saltibum”, do “Caldeirão do Huck”. Foi difícil para você participar? Esse foi muito difícil. Nunca tinha tido nenhuma experiência com saltos ornamentais. Já tinha saltado em cachoeiras, mas sempre em pé. De cabeça é um outro nível. Fazendo alguma acrobacia, então, é um nível maior ainda. Me exigiu muito treino e disposição para fazer os saltos que fiz. Tive que vencer o medo de ter medo. Lembro que cada dia treinado era um dia vencido.
Muitas vezes, não tinha vontade de entrar na piscina. Mas lembro desse momento com muito carinho. Aprendi bastante sobre mim mesmo. Sobre vencer nossos próprios temores. Foi difícil mas foi importante ter feito, a nível pessoal mesmo.
Outro reality que você competiu foi a “Dancing Brasil”, na Record. Você foi o terceiro eliminado da competição em meio a pedidos dos fãs para permanecer mais na atração. Você achou justa a sua eliminação, achou que poderia ter realmente ter ficado mais ou saiu no momento certo? Não cabe a mim julgar a minha saída. E fico feliz que os telespectadores tenham gostado. Lembro que fiz 4 apresentações, no total com 4 ritmos diferentes e as que mais gostei foram a primeira e a última. Eu evoluí muito na quarta apresentação. De forma que fico curioso com o quão mais eu iria evoluir se tivesse continuado na competição.
Independente disso, foi um momento muito maneiro da minha carreira. Me diverti e aprendi muito com o programa. Depois de me apresentar no Dancing Brasil, ao vivo, dançando, que não é meu ofício, acho que atuo em qualquer lugar em qualquer situação, por mais adversa que seja. E esse aprendizado, para o meu trabalho, valeu mais que qualquer curso de interpretação que fiz até então.
Uma participação no clipe “Viado”, da Valesca Popozuda, também chamou atenção do público. Como foi trabalhar com a Valesca e participar desse projeto? Só quando cheguei para gravar o clipe que me avisaram que eu faria o assaltante e que teria que “quebrar” o restaurante inteiro. Foi muito interessante. Quando na vida eu teria a oportunidade de quebrar um restaurante fino como aquele? Foi único. E eu já tinha ido jantar lá antes. Quer dizer, foi divertido. E foi feito de uma maneira bem contemporânea, com câmera “solta”. O clipe acabou sendo proibido para menores no YouTube o que acho que deixou as pessoas com mais vontade ainda de ver. A Valesca é muito bacana. A gente morria de rir gravando.
E o seu trabalho em “Apocalipse”? Fale um pouco sobre o seu personagem, o Noah. O Noah é o maior e mais complexo personagem que fiz até então. Judeu ortodoxo, militar e mora em Israel. São muitas nuances. Vem de um universo que eu nunca tinha estudado ou vivido. Protagonizei várias cenas de ação. É a primeira vez que faço cenas de ação. E é muito maneiro fazer cena de ação. Fico lisonjeado com o convite da emissora para fazer um papel tão complexo. Me sinto lisonjeado pela confiança que a Vivian De Oliveira e o Edson Espinelo tiveram em mim, ao me escalar para esse papel.
Você é muito discreto em relação a sua vida pessoal, né? Você foi casado com a Carol Castro e no Carnaval foi flagrado aos beijos beijando a Jade Barbosa, que também participou do “Dancing”. Hoje você está solteiro, namorando? Sim. Estou solteiro no momento.
E como lida com o assédio do público? Você é apontado como um dos homens mais bonitos do país, deve receber muitas cantadas e ser bem tietado. Acho que lido bem. Só tenho a agradecer. Meus pais me fizeram bem. Hahahaha. Devo isso a eles, sem dúvida.
Aliás, como faz para cuidar da beleza? Tem algum cuidado especial? Não faço nada. Tenho um lifestyle saudável. Malho e procuro comer bem. Talvez isso ajude. Mas nenhum cuidado especial com a beleza em si. Acho que o segredo da beleza está em dormir bem, comer bem, transar bem, fazer o que gosta, rir muito todo dia e ser reconhecido pelo que você faz. E ir à praia também!
Você completou em junho do ano passado 30 anos de idade. Falam muito sobre a crise dos 30, sobre ser uma época difícil. É normal para você? Estou achando ótimo. Momento muito bom. Com 30, você já tem uma certa maturidade. Sabe, por exemplo, discernir o que você precisa do que seu ego quer. Isso é muito importante. Também passa a se importar menos com o que os outros pensam e mais com o que você quer. E a não ter medo de lutar pelo que quer. A se afastar de quem não soma. A conservar mais a sua energia e usá-la no que vale a pena de fato. Acho que é um momento de ganho de sabedoria.
E o que faz para relaxar no dia a dia? Tem algum hobbie, algum gosto? Para relaxar, gosto de assistir séries, piscina, sauna, ir à praia, dar um “rolé” de moto. Gosto de cozinhar também. Fazer um jantar no fim de semana. Um sushi de vez em quando. Teatro me relaxa também, dependendo da peça, claro.
Por fim, quais são seus planos para este ano e projetos futuros? Concluir o Noah com muita garra. E depois… Bom, confesso que acho que dá azar falar sobre projetos futuros. Por isso, me reservo o direito de ficar calado. Hahahaha.
Ping-pong
• Nome: Raphael Sander
• Idade: 30
• Local de nascimento: Miguel Pereira- Rio de Janeiro
• Peso: 80 kg
• Altura: 1,84
• Apelido: Rapha ou Sander
• Qual é sua maior qualidade? Boa pergunta. Não sei.
• E seu maior defeito? São tantos. Não consigo listar todos.
• O que você mais aprecia em seus amigos? Lealdade.
• Sua atividade favorita é: Trabalhar.
• Qual é sua ideia de felicidade? Fazer o que você gosta, com quem você gosta e durante o tempo que você quer.
• Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Sou feliz sendo eu mesmo.
• E onde gostaria de viver? No “paraíso”.
• Qual é sua viagem preferida? Quero ir para Machu Pichu, que ainda não conheço.
• Qual é sua cor favorita? Azul.
• E qual é sua comida favorita? Pudim, brigadeiro e purê de batata.
• Um animal: Cachorro.
• Quais são seus atores preferidos? Ewan McGregor, Matthew McConaughey, Wagner Moura, Irandhir Santos, Julio Andrade e Rodrigo Santoro, Léo DiCaprio e Brad Pitt.
• E seus cantores? Bruno Mars, Alicia Keys e Charlie Brown Jr.
• O que você mais detesta? Desrespeito.
• Que dom você gostaria de possuir? Cantar.
• Uma mania: Organização.
• Um sonho de consumo não realizado: Fazer cinema.
• Uma lembrança de infância: Sítio da minha avó.
• Qual é seu maior medo? Perder um ente querido.
• O que o irrita? Que me acordem.
• O que ou quem é o maior amor de sua vida? Meu trabalho e minha mãe.
• O que você considera a sua maior conquista? Cada personagem que eu faço.
• Qual é o seu maior tesouro? Meus hábitos.
• Defina-se em uma palavra: Determinado.