Segundo as filosofias orientais, meditação é uma prática tão antiga quanto a própria humanidade, portanto é sábio respeitar esse passado para praticar mindfulness.
Mindfulness é uma tradução para inglês da palavra Sati (do idioma Pali, uma língua antiga indiana, próxima daquela falada pelo Buda). Sati pode ser entendido como claridade mental, atenção no momento presente, estar consciente e vigilante.
Quando praticamos mindfulness, estamos conscientes do que se passa em nosso corpo, mente, em nossos pensamentos e em nossas emoções. Sem julgamentos e sem nos afetarmos.
Me afetar? Como assim? É… Nós nem percebemos, mas quando estamos inconscientes sobre os efeitos das nossas emoções, as reprimimos, projetamos ou somos seduzidos pelo que as outras pessoas nos induzem ou pelo que o marketing nos oferece. Então, se nos sentimos infelizes, automaticamente saímos para fazer compras, assaltamos a geladeira ou qualquer outro hábito que tem grande potencial para virar vício.
Esses hábitos podem afetar nossa saúde física e financeira, o que se desdobra em mais tristeza. Ou seja, infelicidade sem consciência traz mais infelicidade.
A técnica mindfulness de meditação nos treina a ficar conscientes a todo tempo. Se temos algum sentimento negativo, vamos apenas observá-lo, sem julgamento ou afetação. Essa observação “dissolve” a emoção.
Praticar mindfulness não vai necessariamente eliminar sentimentos como inveja num passe de mágica, mas vai inserir uma qualidade de observação nessas emoções. Pior que sentir inveja seria ficar chateado por ter esse sentimento (infelicidade sem consciência traz mais infelicidade).
Na verdade, não interessa se a emoção é boa ou má. Interessa estar consciente sobre ela. Observamos as emoções em estado mindful (de atenção, de consciência). Notamos como elas surgem e como deixam de existir.
Na medida em que percebemos que emoções e pensamentos surgem e desaparecem a todo momento, de forma repetitiva e insistente, deixamos de dar tanto valor a eles. E a observação desses ciclos emocionais nos deixa mais estáveis, seguros, calmos e serenos.
Mindfulness em um minuto
Para iniciar a prática, identifique um momento em que seja possível se concentrar em sua respiração. O ato de inspirar e expirar normal do dia a dia. Nós não damos atenção a essa respiração, por isso vai exigir sua concentração. Sinta o ar entrando pela cavidade nasal. É mais frio que a temperatura do corpo? Sinta o ar saindo. Sente ele passando acima do lábio superior?
Mesmo praticando por apenas um minuto, sua atenção pode ser desviada para um evento externo ou por algum pensamento. Quando isso acontecer, sorria e volte gentilmente sua atenção para o ato de respirar. Terminou o minuto? Agradeça pela oportunidade de fazer algo novo, que não tem custo nenhum, mas que mostra como pode ser desafiador se concentrar em um ponto.
Trazer a atenção para um foco normalmente traz paz ao momento presente, pois não houve espaço para pensar em problemas do futuro ou frustrações do passado.
Tente fazer isso algumas vezes ao dia. Entendeu? Acostumou?
Então passe agora para o mindfulness de meio minuto.
Aprendendo, acostumando e diminuindo o tempo, chega a hora em que você consegue trazer tranquilidade para si no momento em que quiser com o mindfulness de um instante.
E o mais interessante é que você pode trazer a atenção plena para notar o sabor e a textura dos alimentos no almoço, como é possível respirar tranquilamente no trânsito, ou a maneira como seu joelho esquerdo dobra quando caminha.
Aos poucos, seu foco para resolver problemas no trabalho fica mais aguçado, sua sensibilidade para escutar um parente ou amigo aumenta, você começa a se sentir mais saudável e mais disposto.
Fonte: Blog quero evoluir
Foto: Reprodução