A cantora Ivete Sangalo conseguiu realizar o sonho de uma gravidez aos 45 anos de idade. De acordo com entrevista feita pela cantora no final do ano passado, o fato de já ter vivenciado a maternidade uma vez, facilitou seu pensamento em relação ao segundo filho. O que nem todos sabem, é que houve duas gestações. Uma foi ectópica, ou seja, fora do útero, enquanto a outra evoluiu para aborto espontâneo.
“A gravidez fora do útero foi implantada em uma das trompas, um dos motivos que podem levar a infertilidade feminina, chamado de fator tubário” explica a especialista em reprodução humana assistida, ginecologia e obstetrícia, Adriana de Góes. Após alguns anos percebendo a dificuldade para uma gestação, a cantora optou pelo Congelamento de Óvulos, que possibilitou a geração de oito embriões.
Apesar de ser um momento de medo, expectativa e insegurança, em recente entrevista ela conta que em apenas uma fertilização in vitro e com 4 embriões, a sua gravidez já foi concretizada e hoje a gestação é múltipla, ou seja, de gêmeos.
A cantora que é famosa pelo Brasil inteiro, faz questão de reafirmar como a Fertilização in vitro foi capaz de realizar um grande sonho para ela. O procedimento permite que outras mulheres que desejam ser mães, realizem o tratamento com uma esperança em superar dificuldades.
O tratamento hoje é estudado no mundo inteiro e a médica estuda diariamente para que possa trazer cada vez mais resultados positivos e realizar sonhos. “Se você passa por esta situação, não hesite em procurar ajuda. A esperança apagada pode se tornar uma alegria acesa e um sonho realizado”, finaliza a médica.
Sobre o fator tubário
“As trompas uterinas, que fazem a comunicação entre o ovário e o útero, podem apresentar deformidades e até mesmo obstrução do seu canal. Se estas estiverem comprometidas de um lado ou então dos dois lados, isso pode dificultar ou impedir o encontro do espermatozoide com o óvulo, evitando a fecundação”, diz Dra. Adriana de Góes. Ainda para a profissional, para verificar a existência desse problema é necessário realizar exames HSG.
Sobre o congelamento de óvulos
A tecnologia existe há duas décadas, mas apenas nos últimos anos o procedimento foi modernizado, permitindo resultados animadores. O processo é possível por meio da estimulação ovariana para produzir óvulos em maior quantidade, com adequado acompanhamento médico e monitoramento com ultrassonografia.
Os óvulos são coletados em data pré-agendada, de acordo com os resultados dos exames de ultrassonografia, e congelados no laboratório por longo período. Assim, com os óvulos preservados, quando a mulher resolver engravidar, os óvulos serão descongelados e realizada a fertilização, utilizando os espermatozoides do parceiro.
O ideal é “congelar” os óvulos ainda em idade jovem, para que, quando houver o desejo de engravidar, as chances de uma gestação saudável sejam ampliadas. A tecnologia está ao alcance das mulheres e é indicada tanto para as mulheres que adiam a maternidade por questões socioculturais, como também para mulheres com câncer, e que vão se submeter a tratamento com quimioterapia/radioterapia. Nesta última situação, está indicada a vitrificação dos óvulos antes de iniciar a primeira sessão de tratamento oncológico.