Foi-se o tempo em que as cirurgias plásticas exigiam longas semanas de recuperação; hoje, com os avanços tecnológicos e da medicina, os resultados podem ser obtidos em tempo muito menor, e com menos desconforto. A abdominoplastia, por exemplo, que surgiu durante a Primeira Guerra Mundial e era um procedimento voltado para curar feridas de batalha, hoje em dia atende indivíduos com defeitos congênitos, cicatrizes da gravidez e desconforto com a estética do abdome. Ao longo do tempo, os procedimentos tornaram-se menos estressantes, menos demorados e mais eficazes no geral, além de que novas modalidades foram criadas, como são os casos da miniabdominoplastia e abdominoplastia sem drenagem. “Esses processos, indicados para determinados casos, fornecem melhores resultados em tempos de recuperação mais breves”, afirma o Dr. Mário Farinazzo, cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
A versão clássica da abdominoplastia retira quantidades moderadas de pele, exigindo o reposicionamento do umbigo e deixando uma cicatriz longa e curvada no ventre. É a mais frequente entre as realizações, sendo capaz de dar um aspecto de barriga chapada. Já na miniabdominoplastia, apenas uma pequena quantidade de pele é removida, sendo menos complexa que a abdominoplastia clássica. “A diferença não consiste apenas em ser uma cirurgia menor, mas sim em ter recomendações diferentes. Ou seja, o paciente indicado à miniabdominoplastia não é adequado à cirurgia clássica”, alerta o cirurgião plástico, que complementa: “A miniabdominoplastia ajuda a retirar uma pequena quantidade de gordura localizada da parte inferior da barriga, entre o umbigo e a região íntima, sendo indicada especialmente para quem é magro e possui gordura acumulada nessa região ou possui muita flacidez.” A miniabdominoplastia pode ser realizada sob anestesia geral ou peridural, durando em média 2 horas. Após isso, o cirurgião plástico faz um corte na parte inferior da barriga, que, normalmente, é pequeno, mas que pode ser maior, quanto maior for a área a tratar.
Quanto ao pós-operatório, Dr. Mário explica a diferença entre a recuperação nos dois procedimentos. “O pós-operatório da abdominoplastia requer muito repouso durante os primeiros 10 dias e a recuperação total demora cerca de 2 meses. Já na miniabdominoplastia, normalmente é possível voltar às atividades do dia-a-dia cerca de 1 mês após a cirurgia, claro, tomando os devidos cuidados, como evitar esforços no primeiro mês, procurar ficar levemente curvado para frente durante os primeiros 15 dias para evitar a reabertura dos pontos, dormir de barriga para cima durante os primeiros 15 dias e usar cinta abdominal durante todo o dia pelo tempo recomendado.”
Outra novidade que tem ganhado adeptos, mas ainda divide opiniões, é a abdominoplastia sem drenos. Os drenos sempre integraram o procedimento, ajudando a livrar o corpo do acúmulo natural de líquidos entre a parede abdominal e o tecido recém-levantado. No entanto, esses drenos podem ser um grande inconveniente durante o processo de recuperação, tornando-a muito mais restritiva. “A drenagem geralmente é utilizada para eliminar os líquidos que se acumulam sob a pele, como hematomas, ou os seromas. Assim, evitam acúmulo de líquido e, consequentemente, inflamações e complicações, podendo trazer melhores resultados. Quando o dreno não é utilizado, os cirurgiões usam uma técnica de aderência da pele com pontos ou cola, criando uma ligação mais firme e deixando pouco espaço para o acúmulo de líquidos, evitando a necessidade de drenos e oferecendo aos pacientes uma uma recuperação mais confortável”, explica o Dr. Mário.
Independentemente do tipo de cirurgia, faça sua pesquisa com antecedência e discuta seus objetivos com um cirurgião plástico certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Isso garantirá que você escolha o procedimento certo para obter os melhores resultados.