De acordo com dados divulgados pelo SPC Brasil
e CNDL, 61 milhões de brasileiros terminaram 2019 inadimplentes e com o CPF restrito para
contratar crédito. O número é assustador, mas qual o caminho para sair dessa
situação? O primeiro passo para quem enfrenta problemas financeiros é não
entrar em desespero, colocar os pés no chão, encarar a realidade e, é claro, se planejar para sair dessa situação de forma
definitiva.
“Sempre costumo dizer que ter dívidas não é
um problema e muitos me questionam, mas a verdade é que o maior problema
é não conseguir arcar com esse compromisso, que é justamente o
que acontece atualmente com milhões de brasileiros. É preciso mudar o
comportamento em relação ao uso do dinheiro para construir uma
vida mais sustentável financeiramente, tratar o problema na raiz,
evitando assim entrar num ciclo de endividamento”, orienta Reinaldo
Domingos, do canal Dinheiro à Vista.
Veja abaixo 7 passos
preparados pelo educador para sair das dívidas definitivamente:
1-
Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possuir, separando as
que correspondem a serviços e
produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água,
energia elétrica, gás e aluguel) e as que sofrem juros mais
altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas
como prioridade para pagamento. Antes de sair se enrolando para
pagar, faça um diagnóstico financeiro, para saber como pode diminuir as
despesas mensais, fazendo sobrar dinheiro para pagar as dívidas
em atraso;
2-
Anote durante 30 dias todos os gastos que tiver, separando por tipo de
despesa. Isso inclui gastos
“pequenos”, que podem até ser considerado menos importantes, como
gorjetas e guloseimas, pois no final do período será possível
compreender de que forma, efetivamente, seu dinheiro está sendo gasto.
Reflita sobre os hábitos e comportamentos que o levaram a chegar
nessa situação, assim saberá o que deve mudar e quais gastos irá reduzir
ou eliminar;
3-
Tenha em mente que só se deve negociar uma dívida quando se tem
condições de fazer isso, ou seja,
após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação.
Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber
quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar;
4-
Trocar uma dívida pela outra nem sempre é a melhor alternativa. É claro
que o crédito consignado,
por exemplo, oferece juros baixos em comparação ao cartão de crédito,
cheque especial e financiamentos, já que o pagamento é retido
diretamente do salário. Justamente por isso é preciso cautela, já que
para quem já está com dificuldade em administrar as finanças,
ter sua renda habitual reduzida pode desencadear novos endividamentos e
problemas ainda maiores, virando uma bola de neve;
5-
Para não agravar a situação, antes de realizar qualquer compra, se faça
algumas perguntas como “Eu
realmente preciso desse produto?”, “O que ele vai trazer de benefício
para a minha vida?”, “Estou comprando por necessidade real ou movido
por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de
terceiros?”. Ao fazer isso, terá uma grande surpresa sobre a
quantidade de coisas adquirida apenas por impulsividade;
6- Em momentos de crise financeira, que são passageiros, é importante resgatar sonhos, objetivos que
realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para “dar a volta
por cima”. É preciso
relacionar no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser
realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um a dez anos) e
outro de longo prazo (acima de dez anos), sendo que um deles deve ser
o de sair das dívidas;
7-
Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, é possível conhecer a
sua força de poupança
após os cortes para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha
que fazer outra dívida. Mês após mês, é preciso aplicar esse
dinheiro em um investimento que seja coerente ao tipo de objetivo
(prazo) e ao perfil do investidor. Caso tenha dificuldade para investir,
é válido consultar um especialista.
