Nas férias de verão, as crianças realizam atividades
esportivas e de lazer com maior frequência. Fora da escola, os riscos de contusões e fraturas também aumentam neste período. Segundo dados do Ministério da Saúde, a queda é a principal causa dos acidentes domésticos registrados no Brasil, respondendo por
quase metade dos casos.
De acordo com Rômulo Brasil Filho, ortopedista do Hospital Santa Catarina, em sua especialidade
há um aumento de até 20% nos
atendimentos a crianças, durante as férias. “A maioria das lesões
são nos membros superiores, antebraço, punho, clavícula e ombro, desde escoriações até fraturas com indicações cirúrgicas”, afirma.
Recentemente, o médico tem observado um retorno de lesões
comuns até as décadas de 1980 e 1990, ocorridas em brincadeiras com bicicleta, patins, bola
e trepa-trepa. “Há um esforço dos pais, independente da
classe social, para fazer com que os filhos brinquem mais ao ar livre, alguns até limitam o acesso diário das crianças à celulares e tablets”.
O ortopedista destaca a importância do esporte para o desenvolvimento dos pequenos, mas ressalta
que os pais não podem cobrar resultados
dos filhos. “Eles (pais) devem enxergar apenas como
atividade de lazer, que promove o relacionamento com outras crianças. O
esporte traz ganhos para
concentração, disciplina e ensina
sobre ganhar e perder”.
Seja brincadeira ou atividade física, é importante
que um adulto supervisione a criançada para evitar acidentes. O cuidado se estende, ainda, a dentro de casa.
Na cozinha, por exemplo, há fogo e objetos cortantes, portanto, é melhor
restringir a presença dos pequenos neste espaço. Rede de proteção nas janelas e o “revestimento” em cantos e quinas também
são fundamentais.
“As crianças fazem coisas impossíveis. Os pais devem estar sempre
atentos. Mas vale lembrar que
meninos e meninas precisam de duas coisas: convívio social e atividades físicas, e isso só é possível
reunindo um grupo deles”.
