Coprodução entre Plano B Filmes, Druzina Content e Quanta, filme dirigido por Bruno Bini terá sua primeira exibição no festival, dia 21 de agosto, com presença da equipe e elenco

“Cinco Tipos de Medo”, novo filme de Bruno Bini (“Loop”), faz sua estreia mundial no 53° Festival de Gramado, dia 21 de agosto, com presença dos realizadores e do elenco principal. Esta é a primeira vez que um longa-metragem de Mato Grosso participa da mostra competitiva do evento. A produção marca a estreia de Bella Campos (“Vale Tudo”) e do rapper Xamã (“Renascer”) nos cinemas, e também apresenta como protagonistas João Vitor Silva (“O Agente Secreto”), Rui Ricardo Diaz (“Lula, O Filho do Brasil”) e Bárbara Colen (“Bacurau”). O quinteto estrela uma trama inspirada em um caso verídico, ocorrido na periferia de Cuiabá, levando para as telonas uma história eletrizante que mistura tensão, afeto e escolhas morais — tudo ambientado em um Brasil que raramente é representado no audiovisual. Produzido pela mato-grossense Plano B Filmes e pela gaúcha Druzina Content, em coprodução com a Quanta, “Cinco Tipos de Medo” tem distribuição da Downtown Filmes.
A narrativa apresenta Bella no papel de Marlene, uma enfermeira cuja vida é observada de perto e controlada pelo traficante Sapinho (Xamã), com quem manteve relações. Depois de reencontrar um antigo paciente, Murilo (João Vitor Silva), Marlene teme que a nova paixão tenha consequências fatais. Apesar de liderar o movimento do crime local, Sapinho é considerado o responsável pela segurança da comunidade. A história é baseada em um episódio real, quando moradores do bairro do Jardim Novo Colorado se uniram para pagar a fiança de líder do tráfico, temendo que sua ausência deixasse o bairro vulnerável à violência de outras facções.
Rodado em Cuiabá, Várzea Grande e Santo Antônio do Leverger, no estado de Mato Grosso, “Cinco Tipos de Medo” envolveu mais de 180 profissionais, de nove estados brasileiros. Segundo o diretor Bruno Bini, “o longa é, antes de tudo, um filme que nasce do Brasil profundo, com suas contradições, potências e histórias, que muitas vezes ficam fora do radar do audiovisual tradicional”, afirma o cineasta. “Fazer esse longa em Mato Grosso, com talentos de diversas regiões, é uma forma de afirmar que o cinema brasileiro é múltiplo, potente e vive também nos encontros. A parceria com a Druzina Content é exemplo disso: unimos forças para contar uma história local com alcance universal. Valorizar a regionalidade é fortalecer o cinema nacional como um todo”.
Bruno volta a Gramado depois de ter participado em 2015, com o curta-metragem “S2”. Desta vez, assinando um longa-metragem, o diretor compartilha sua satisfação em apresentar seu novo trabalho no prestigiado evento: “Estrear em Gramado é uma grande honra e uma responsabilidade. É um palco onde a história do cinema brasileiro se constrói. Esse primeiro encontro com o público não é só uma celebração do nosso filme, mas também do cinema feito fora do eixo, o cinema mato-grossense, que insiste em existir, contar suas histórias e ocupar espaços. É uma vitória coletiva.”
Para Luciana Druzina, CEO da Druzina Content, estrear o filme em Gramado tem um valor afetivo e simbólico. Foi nesse mesmo festival, em 2015, que ela conheceu Bruno. “De lá pra cá, construímos uma parceria criativa que já rendeu quatro projetos juntos: ‘Loop’, ‘Cinco Tipos de Medo’, ‘Trabalho Fantasma’ e ‘Três Tempos'”, relembra. “Gramado tem esse poder de criar conexões que vão além do festival. É um lugar onde ideias ganham corpo, onde encontros viram filmes. Estrear esse longa justamente aqui é como fechar um ciclo e começar outro.”
Bella Campos retornou à sua terra natal para as filmagens do longa, o que lhe proporcionou também uma experiência de reconexão com as suas raízes: “Receber esse convite foi um presente. Estou vivendo um processo profundo de reencontro, inclusive com meu sotaque. Marlene é uma mulher brasileira em essência: resiliente, determinada e cheia de camadas.” Já Xamã, no papel de Sapinho, vê no projeto um gesto de transformação: “Quero dar humanidade ao personagem. A gente sabe que muitas vezes a criminalidade nasce da falta de opção, e o cinema é uma dessas opções. Fazer parte desse filme é também falar sobre caminhos possíveis”.
Bárbara Colen conta que fazer o filme foi “uma experiência visceral”. Ela revela que quando foi convidada para o papel, estava vivendo dois processos complexos: seu pai tinha falecido há pouco tempo e ela tinha acabado de tornar mãe: “eu estava em pleno puerpério e fiquei na dúvida em voltar ao trabalho naquele momento, mas a história me pegou desde o início. Como atriz, acho que a arte, em alguns momentos, pode funcionar como cura, como transmutação de questões pessoais. E foi exatamente isso o que aconteceu comigo fazendo o filme.”
“Cinco Tipos de Medo” é uma produção viabilizada com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), através da ANCINE e do BRDE, e conta também com o apoio do Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL). A obra deve percorrer festivais ao redor do mundo antes de seu lançamento nos cinemas brasileiros.