O mercado está transformando profissionais em dona de casa. Muitas mulheres têm optado por voltar para a tarefa de ser mãe em tempo integral.
O movimento ‘lean in or opt out’, que em tradução livre significa ‘dar tudo ou desistir’. Segundo psicóloga e mestre em gênero e mercado de trabalho, em certo sentido, os dois movimentos são faces da mesma moeda. O ‘lean in’ é ceder, pisar fundo na carreira. E o ‘opt out’ significa desistir, voltar mais para casa e pisar menos no acelerador com foco na carreira.
Dilema
Esse dilema faz parte da vida das mulheres de alto e médio escalão das empresas e assunto tem sido estudado por psicólogos e especialistas no mercado de trabalho ao longo da última década.
Algumas dessas perguntas revelam que, por exemplo, três em cada quatro executivas está insatisfeita com o tempo que dedica à vida pessoal. 29% dessas mulheres pretendem reduzir o ritmo de suas carreiras, por vontade própria, para ter filhos ou melhorar qualidade de vida.Desemprego feminino
Os picos de desemprego feminino são superiores ao masculino nos últimos cinco anos. Esse acontecimento pode ser parcialmente explicado pelo fenômeno da desistência. Segundo Cecília Russo Troiano, em entrevista para a revista AZMina, a maioria das mulheres pobres – ou classe média – em contexto de crise, ainda é demitida devido ao preconceito de que estão envolvidas demais com a vida pessoal. Mas, entre mulheres de maior poder aquisitivo, o ‘opt out’ engrossa os números do desemprego.
A desigualdade da divisão de tarefas domésticas e relativas aos filhos, também faz com que elas desistam da carreira. As mulheres assumem 7,5 horas a mais que os homens e faz com que as parceiras desistam da carreira porque as demandas ficam pesadas demais.
Os dados comprovam: só 19,3% dos homens no topo da carreira não possuem filhos, no caso das mulheres salta para 40,3%. Segundo pesquisa ‘Women in The Workplace’ (Mulheres no Local de Trabalho), da agência McKinsey, 65% das mulheres com filhos nem sequer desejam a tão sonhada promoção porque não acreditam que dariam conta de balancear a vida profissional com responsabilidades domésticas.
Inclusão das mulheres
Estudos já comprovaram que incluir mulheres em cargos de chefia não só é uma ideia justa, como faz bem para o bolso das corporações. Mas, segunda a pesquisa de Cecília, para abocanhar esses 15% as empresas precisam se adaptar, pois a geração de mulheres que entram agora no mercado de trabalho está cada vez menos propensa a ceder tudo. Elas buscam o equilíbrio.
Fonte: AZMina
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