Fisioterapeuta alerta para condição que afeta mais de 6 milhões de brasileiros.
Recentemente, Maria Viel Faro, filha do apresentador Rodrigo Faro e da ex-modelo Vera Viel, usou suas redes sociais para compartilhar uma notícia que pegou muitos seguidores de surpresa: aos 16 anos, ela foi diagnosticada com uma escoliose considerada grave e já iniciou um tratamento que deve durar cerca de um ano. A adolescente está usando um colete ortopédico por 18 horas diárias na tentativa de corrigir a curvatura da coluna e evitar uma cirurgia.
A condição, apesar de pouco comentada no dia a dia, afeta mais de 6 milhões de brasileiros e é mais comum do que se imagina, especialmente entre adolescentes. A escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral, marcada por uma curvatura lateral anormal, geralmente diagnosticada durante a fase de crescimento.
Segundo Maria, o diagnóstico veio no limite da indicação cirúrgica: “Eu tenho 34 graus de escoliose. A cirurgia é recomendada a partir dos 40 graus. Então eu peguei bem no limite, bem a tempo de corrigir”, contou em um vídeo publicado no TikTok, onde também explicou como se adaptou ao uso do colete.
Para o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e Diretor Clínico do ITC Vertebral de Guarulhos, o caso da jovem reforça a importância do diagnóstico precoce e da atenção aos sinais discretos. “Ao menor sinal de assimetria das costas, ombros desiguais ou cintura desalinhada, é fundamental buscar avaliação profissional. O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento conservador e evita a progressão da curvatura”, destaca.
De acordo com Bernardo, o uso do colete é indicado principalmente durante a adolescência, quando o crescimento é mais acelerado. “O colete ajuda a estabilizar a coluna e impedir a progressão da curvatura. Quando bem orientado e acompanhado por especialistas, pode evitar a necessidade de intervenção cirúrgica.”
Além do colete, a fisioterapia especializada é um dos pilares no tratamento. “Ela atua no fortalecimento dos músculos ao redor da coluna, melhora a postura e ajuda a aliviar desconfortos. O trabalho fisioterapêutico também é essencial para adaptar o corpo à nova rotina e minimizar impactos emocionais, especialmente em adolescentes”, explica.
A condição pode ter causas variadas, desde alterações genéticas até fatores idiopáticos quando não há causa definida. Por isso, Bernardo reforça a importância da prevenção e da educação postural desde a infância. “Pequenas ações diárias, como manter uma boa postura ao sentar, estudar ou usar o celular, podem fazer a diferença. O ideal é sempre buscar orientação profissional para acompanhar o crescimento da criança e adolescente de forma saudável.”
O caso de Maria Viel Faro tem sensibilizado muitas famílias que passam pelo mesmo desafio. Ao compartilhar sua experiência, a jovem ajuda a dar visibilidade a um problema de saúde comum, mas muitas vezes negligenciado. “Já estamos cuidando e ela vai ficar bem”, declarou a mãe, Vera Viel, nas redes sociais.
Sobre Bernardo Sampaio
Fisioterapeuta pela PUC Campinas, possui especialização e aprimoramento pela Santa Casa de São Paulo e é mestre em Ciências da Saúde pela mesma instituição. Atua como professor universitário em cursos de pós-graduação na área de fisioterapia músculo esquelética e é Diretor Clínico do Centro Especializado em Movimento (CEM), ITC Vertebral e Instituto Trata, de Guarulhos. Saiba mais aqui!