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Chegar ao meio século de vida não é uma tarefa das mais fáceis. A mulher se questiona muito, pois as mudanças de fora prá dentro e de dentro prá fora são imensas e saber lidar com elas é desafiador.

Passamos pela vida sendo rotuladas pelas faixas etárias, explico melhor:

Aos 12 anos, quando a menina menstrua ela vira “Mocinha”

Aos 15 anos ela “Debuta”

Aos 21 anos ela é “maior idade”

Aos 30 anos ela é “balzaquiana”

Aos 40 é a  famosa Idade da Loba.

Aos 60 + anos, “a melhor idade”. Nossa como tem coisas para a melhor idade, é cruzeiro da melhor idade, baile da melhor  idade, desfile de Miss e Mister da melhor  idade (acabei de ser jurada em um desses),  projetos sociais para melhor idade, empregos e inclusão social para a melhor idade, carteira da idosa, vaga da idosa no ônibus, no estacionamento e por aí vai.

Aos 50 anos, a mulher fica sendo vista através da menopausa, da osteoporose, e muitas vezes é tratada como  “coroa”.  Durante o primeiro meio século é uma vida e o segundo meio século é outra vida. Parece que a mulher vive duas vidas na mesma vida. Mas brincadeiras à parte, dos 50 aos 60 anos ela  vive uma década de aprendizado, continua a se sentir jovem, ativa, quer se reinventar, quer poder sentir tesão, mesmo que só de vez em quando e com algum carinho e estímulo. Seu interesse não passa perto de bingos e bailes, quer viajar…  quer sair por aí se divertindo sem culpa, vivenciando seu meio século de vida com plenitude e liberdade.  Quer ter espaço no mercado de trabalho, e vai luta corajosamente.

O mercado publicitário anda apostando nas  “cinquentonas” cheias de charme e criando uma alternativa interessante de trabalho,  ao mesmo tempo que se vale do poder de consumo desse publico.  E não para por ai, existem blogs, espetáculos teatrais, livros e palestras dedicados ao tema.

O Espetáculo  A.M.A.D.A.S  (Associação das Mulheres que Acordam Despencadas)  com a Maravilhosa Elizabeth Savala e dirigido por Luis Arthur Nunes, é uma sátira ao comportamento das mulheres diante dos padrões de beleza cada vez mais rígidos e angustiantes. Através de um humor histriônico e contagiante, o espetáculo coloca em discussão algumas questões importantes sobre a condição da mulher moderna de meia idade. Vale a pena assistir, mas corra porque a temporada termina dia 19 de novembro.

Teatro Brigadeiro – Av. Brigadeiro Luis Antonio, 884 – SP

Sábados as 21H00 e Domingo as 19H00