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《 ARQUIVO 》

Por Denise Prado

Como se inventam os filmes, as peças de teatro, os livros? Em que o autor/roteirista se baseia para começar a escrever?

Os temas são tão variados, são tantas histórias que pulam em forma de letrinhas e depois passam para o palco ou as telonas ou continuam apenas como texto nas letrinhas que se juntam. No fim sempre estarão expostas e ao alcance de qualquer pessoa. Cada pessoa esse identificará com uma ou outra história.

Ligo a TV e está na famosa Sessão da Tarde com o filme “As Mil Palavras”. A história é de um cara casado que tem uma família é um trabalho super legal, mas que as palavras não coincidem com as suas atitudes. Por isso para cada palavra que ele fala, cai uma folha de uma árvore em frente a sua casa. E quando todas as folhas caírem ele vai morrer. Ele vai se dando conta da sua vida quando está faltando pouquíssimas folhas e claro para o final valer a pena, ele se redime com o coração e não com a razão. É um filme muito bobinho, nem é tão forte o roteiro, mas assistindo a esse filme hoje, e ao mesmo tempo vendo nas redes sociais uma avalanche de deturpações, de autoritarismo e intolerância, desejei.

Desejei que a história do filme fosse verdadeira e que cada pessoa que traz em seu coração a intolerância, o ódio, a mentira e o desamor, que essas pessoas parassem de escrever, que as letras lhe faltassem, que elas ficassem embaralhadas a ponto de formarem as palavras contrárias as desses juízes de plantão.

Desejei que a pessoa que prolifera palavras de preconceito, de ódio e desamor ficasse muda, até entender que a palavra tem poder e que através dela podemos mudar muitas coisas, mas a palavra e as atitudes tem que caminharem juntas.

Desejei que aquelas pessoas que só ouvem aquilo que querem e depois disseminam a fofoca e a discórdia parassem de ouvir até que entendessem o quanto é importante ser fiel quando alguém lhe conta um segredo, lhe confidencia uma aventura, abre seu coração.

Desejo  que as pessoas tenham uma revelação, que aconteça uma catarse geral e a raça humana pare de se machucar e de uma vez por todas, que os intolerantes as religiões ou aqueles que usam o nome de Jesus para cometerem as maiores atrocidades, que os pedófilos, e que todos os homofóbicos seja o que for, se acometa de um véu do esquecimento e que durma profundamente até que ao acordar veja o seu semelhante com o coração e não com os olhos de juiz.

É… Eu sei que isso é utópico. Sei que desde que o mundo é mundo existe a violência, o preconceito, a ganância, a guerra pelo poder…  E nem acho que a vida sem contradições e conflitos possa existir.

O que gostaria  mesmo é que pudéssemos resolver as coisas com boas conversas, que as armas fossem argumentos bem elaborados,  que o alvo fosse sempre o bem estar da população e que cada Juiz desse de plantão usasse o seu tempo que deve estar tão ocioso a ponto de ficar cuidando da vida alheia, para se Mais Influente pessoa a jogar lenha na fogueira do Amor ao invés da Discórdia.

Fotos: Reprodução