Existe uma cobrança muito grande quando chegamos há um determinado momento na vida.
Se somos casadas e temos filhas/os e netas/os, todos esperam atitudes condizentes com esses rótulos de mãe e avó, que parecem nos limitar a cuidar da família e esquecermos-nos de nós. A nossa agenda parece não ter importância e quando dizemos “hoje não posso, tenho um compromisso”, vem àquela pergunta: O que pode ser mais importante do que cuidar da sua família? Dos seus netos? A resposta é: Cuidar de si própria, pois só sendo você mesma, se apoderando de sua vida, de suas escolhas poderá ter a certeza que cuidar da família é possível sem descuidar de você mesma.
Profissionalmente, o desafio é diário, pois a tecnologia exige cada vez mais e acompanhar tanta mudança requer muitas vezes um esforço sobrenatural para não estar fora das tendências e ficar obsoleta. Se reinventar virou a chave para viver nesse novo tempo.
Pra mim, a espiritualidade é o caminho, foi e está sendo a minha chave mestra, que vem abrindo as portas das possibilidades e me fazendo enxergar a vida nessa nova Era, de forma a lidar com tantos caminhos que vão se apresentando a cada passo.
Nessa estrada da vida a Mulher de 50 pode… foi um presente. Através dela venho descobrindo histórias incríveis e convivido com uma Denise que nem sabia existir. É como entrar em um lugar cheio de objetos que as pessoas perdem e lá encontrar o seu.
Essa é a pergunta que me fiz quando percebi que estava quase chegando a um lugar de Achados e Perdidos e que ia acabar ficando esquecida ali como uma “coisa”, se não tomasse uma atitude para “SER”.
Mas porque acumulamos tantas coisas? Porque temos que ”ter” tanto?
Outro dia esqueci um guarda chuva em um shopping e fui lá para ver se haviam achado e entregue, fui com a esperança de que quem achou tivesse a mesma atitude que eu teria se tivesse achado algo que não me pertencesse. Imagina, não estava lá, mas tinham tantas outras coisas esquecidas.
Fiquei ali olhando para cada uma daquelas coisas tentando decifrar o que significavam para seus donos, e me dei conta de que se estavam ali é porque seus donos podiam passar sem elas, eram apenas coisas.
“Ser” não quer dizer abrir mão de “ter”, e sim buscar um equilíbrio que acho importante nessa fase da vida onde a tendência é estarmos resolvidas financeiramente a ponto de confundirmos tudo.
Conheço uma mulher que, agora, aos 50 anos, virou mesmo dona da sua história e está vivendo essa descoberta, está experimentando uma liberdade que nunca imaginou que pudesse ter. Tudo o que normalmente se faz com 20 anos, ela está fazendo aos 50, pois tomou as rédeas da sua vida. Separou do marido, tem uma vida financeira estável, uma casa ótima, que agora quer abrir para receber os amigos, já que antes não fazia. Descobriu que usar seu dinheiro para viajar e conhecer novos horizontes, novas culturas, namorar e ir além do que seus olhos podem enxergar, faz bem e renova a vida dentro da mesma vida.
É nisso que acredito, acredito na renovação através da busca no centro dos achados e perdidos dentro de nós. Tenho vasculhado incansavelmente dentro de mim, onde e o que perdi que não podia ter perdido? O que é valioso pra mim? Onde está? Será que deixei pra trás algo que agora está me fazendo falta?
No meu Achados e Perdidos, tenho descoberto preciosidades, pequenos gestos e grandes sentimentos que não sabia em que prateleira empoeirada estavam, e pasmem, a surpresa está sendo deliciosa, tenho achado verdadeiras joias.
Aproveite seu momento para ir ao seu lugar de Achados e Perdidos, entre e vasculhe tudo, mexa em todos os cantinhos, limpe e jogue fora o que não te serve mais, doe o que puder e fique apenas com o que realmente vai usar. Aproveite para deixar espaço para receber o novo, para desfrutar com simplicidade do que vale a pena e se divirta muito, pois a alegria contagia, seja A Mais Influente se fortalecendo para enfrentar as tempestades.
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