Infelizmente não vou falar da música que tanto nos fez dançar nos anos 80. E nem da novela onde a personagem é uma vilã, e no desenrolar da trama a verdade é desvendada e o final é feliz. Digo com convicção que na vida real torço para esse momento chegar.
Semana passada, me tornei “vilã” por algumas horas. Fui parada em uma blitz da lei seca e senti na pele o quanto é ruim ser injustiçada. Convidada pelo policial a fazer o bafômetro, o que topei imediatamente, pois não tinha nada a temer, soprei três vezes e o aparelho acusava teste inválido, o que deixou o policial bastante irritado. Ele começou a me acusar de não estar assoprando corretamente e, além disso, me ameaçava dizendo que eu estava me recusando a fazer o teste e que ia levar o carro e meus documentos. Claro nessa altura eu já estava uma pilha de nervos, pois não sabia o que fazer. Quando de repente o aparelho acusou 0,12 de álcool, sem eu ter bebido. Aí foi que começou a saga. Questionei e disse que era impossível. Ele não quis nem conversar, tirou a etiqueta impressa pela máquina, chamou a policial e mandou me autuar. A própria policial estava constrangida, pois era visível que eu não havia consumido álcool.
Ao questionar sobre o aparelho poder estar com algum problema, não houve nenhum movimento para repetir o teste, não houve nenhuma boa vontade para verificar realmente a veracidade da acusação. Ainda ouvi da policial que infelizmente esse tipo de coisa acontece em algumas ocasiões, pois o aparelho não consegue distinguir por exemplo, quando a pessoa toma um remédio.
Ora, como podemos ficar reféns de um sistema que põe todo mundo no mesmo balaio? Eu não tive direito a defesa naquele momento, não tive o direito à dúvida, fui condenada e ponto. Depois que chamei uma amiga para levar o carro, fui pesquisar se o procedimento do policial havia sido correto, e para minha surpresa, pasme, ele agiu totalmente fora de como deveria.
1- Ele insistiu no teste e quando acusou o álcool, deveria ter me ouvido, esperado 15 minutos e feito uma contraprova.
2- Ele tinha que ter me dado à opção de não fazer o teste e me autuar. Poderia até me levar para a Delegacia, mas não me ameaçar dizendo que ia recolher o carro, pois o procedimento fazendo ou não o teste é o mesmo.
3- E por fim, o mais importante de tudo isso foi o nervosismo dele quando o aparelho dava teste inválido e de repente voltou a funcionar me acusando.
Infelizmente esse não foi um capítulo de novela onde a verdade apareceu. Fui autuada sem ter bebido, sem direito a defesa e ainda fui acuada pelo policial.
Hoje quero deixar uma dica para quem faz a lei.
Alem do aparelho e de policiais mais preparados, arranje um meio de saber quando o álcool ingerido foi bebida alcoólica ou remédio, pois em muitos remédios existe um % de álcool.
Que essa Operação da Lei Seca seja A Mais Influente incentivadora da Verdade como nos finais felizes das novelas!